terça-feira, 29 de junho de 2010

Noite

Não gosto muito de ti. Fico inquieto, agitado, durmo em etapas, medindo a hora do dia chegar.
Tua obscura quietude, quebrada por um latido distante de algum cão acordado pela passagem de alguém.
Foi tempo em que te amava e passava horas adentro celebrando com amigos o teu tempo passar.
Agora nada disso basta, te ignoro, tento de ti fugir no sono que me trai e me retorna a tua calada vigilância.
Quanto tempo mais para um raio de sol me salvar e terminar esta agonia solitária a que me entrego no fim de cada dia?

Um comentário:

  1. Linda poesia! Tu não estás sozinho na sua longa jornada noite adentro. Quando achar que estás sozinho, pense nos teus vários amigos insones e não se sentirás mais só!

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