segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O início do seu futuro - 2ª Parte

 A visão

Era uma tarde fria. Trazia lembranças de casa, uma pequena cidade do interior, deixada para trás há pouco tempo, para tentar uma vida nova na cidade grande.
Aquele parque a lembrava das florestas perto da fazenda onde crescera. Ela costumava caminhar entre as árvores, brincando com as folhas secas que cobriam o chão.
Em dias de vento ela costumava sentar-se junto às árvores, escrevendo notas em pedaços de papel e os soltava pelo ar, imaginando para onde o vento os levaria e se alguém iria encontrar alguma dessas notas.
Foi quando ela o viu andando pelo caminho de terra. Em um momento ele parou e olhou em volta. Sem saber por que ela se escondeu, sem querer que ele a visse. Quando ele voltou a caminhar, ela procurou em sua bolsa um papel. Achou o panfleto do lugar onde trabalhava, pegou uma caneta e escreveu uma nota na parte de trás do anúncio, dizendo: “Este é o começo do seu futuro,” sem ter ideia, exatamente, o porquê de ter escrito aquilo. Ela achou tolo e amassou o papel para jogá-lo fora quando um vento forte começou a soprar. Rapidamente ela desdobrou o papel e o deixou seguir com o vento. O panfleto passou por ele e parou um pouco a sua frente. Ela notou que ele saiu correndo atrás do panfleto sendo levado pelo forte vento. Ela nunca soube se alguém havia corrido atrás das notas que soltava, lá onde morava. Com um sorriso no rosto, ela virou-se e foi em direção ao seu trabalho.
Ela estava servindo as mesas no fundo do bar quando a porta se abriu e um homem entrou, olhou em volta e foi em direção do bar, pediu uma cerveja e se acomodou em uma mesa num canto. Ela o observava beber a cerveja aos poucos, percebendo cada movimento que ele fazia. Era o homem do parque e tinha em sua mão o papel que ela jogara ao vento. Ela estava surpresa e incrédula. Rapidamente se recuperou e foi em direção a sua mesa e olhando firmemente em seus olhos, ela disse:
- Eu não pensei que fosse capaz de te trazer aqui.
Ele olhava para ela, como que tentando achar palavras para aquele momento, sem conseguir.
-Eu ainda tenho 3 horas de trabalho. Encontre-me lá fora quando eu sair, e voltou a seus afazeres no bar.
O tempo passou, ele bebeu mais algumas cervejas e viu que ela tinha trocado a roupa de trabalho e estava indo embora. Ele se levantou e saiu a seu encontro.
Ela estava esperando na esquina e assim que ele chegou, ela agarrou um de seus braços e começaram a andar.
Ela virou-se para ele dizendo: - Meu nome é Molly e o destino me trouxe você. Estou cansada de passar as noites sozinha.
– Esta noite ficaremos juntos, e dizendo isso ela apertou seu braço mais junto dela, num gesto de afeto.
Ela não ouviu nenhuma reclamação dele..
-Meu nome é Will, ele completou.
Eles andaram algumas quadras, em silencio. Uma compreensão invisível os atraia um para o outro.
A solidão encontrara seu par.
Chegaram ao apartamento dela em um dos muitos prédios antigos da vizinhança. Quando entraram no apartamento, ela fechou a porta, o abraçou com um beijo passional e foi em direção do quarto.
Era um pequeno apartamento com uma cozinha espaçosa, uma pia dupla, uma mesa, e uma antiga banheira de ferro esmaltada, muito comum em prédios antigos assim.

Seu devaneio foi quebrado por ela, aparecendo à porta do quarto, nua, estendendo a mão para ele.
Ela era jovem, bonita, sensual, solitária e com fome de amor, assim como ele.
Ele deixou seu casaco para trás e foi em direção de seus amorosos braços.

Continua...