sábado, 26 de junho de 2010

Paris

Fui a Paris por cinco dias, outono de 1986, acompanhado da ex4. Na época eu me preocupava em tirar fotos e ela em fazer compras. Os dois esportes não combinaram, mas ela venceu. A melhor lembrança que tenho de lá é a de uma alface que comprei na feira de rua na Rue De Buci. Era tão grande que dava para abraçá-la enlaçando as mãos apenas. E nem uma foto tirei. Pelo menos comi e era tão doce.
O ponto mais visitado foi a Galerie Lafayette. Afinal eu perdi, não foi?
Lá me informaram que havia um mirante no terraço, com vista de toda Paris. Lá fui eu, uma chance de fugir de compras. Chegando ao terraço, o dia nublado, visibilidade mínima.
Que fazer!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Bilhetes

Definir viver. Conferir com minha vida.

Ausência – É algo em que sinto falta da presença ou é uma presença com a qual não consigo me comunicar ou compreender.
Solidão é um acumulado de ausências.

Comprar pão. Não esquecer de comê-lo ou vamos ter mais torradas.

Churrasco em família. Uma coletânea de ausências regada à cerveja e carne. Conforme se bebe, algumas ausências até aparecem, mas logo se dissipam no torpor do porre.

Eu não sou depressivo, minhas palavras são deprimentes. Eu nada tenho a ver com elas, apenas as disperso.

Amizade – algo raro, mas que dá um calor no peito só em pensar nela. É uma condição qualitativa, não quantitativa. Uma amizade é pra vida inteira. Mesmo distante, está perto do coração.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Relacionamentos


Tive vários relacionamentos em minha vida. No momento cruzo pelo 5º, se não perdi a conta.
Os primeiros desastres foram curtos. À medida que ganhei experiência na vida, os relacionamentos se tornaram mais extensos e os desastres maiores. É como a queda de um avião. Destroços pra todo lado e você passa o resto da vida catando os cacos que sempre sobram. Não que sejam lembranças queridas, memórias guardadas, não. Apenas pequenas notas, bilhetes de uma vivência falha que te seguem, ajudando a cometer outros erros.
Em relacionamentos me sinto como um trem desgovernado entrando em um túnel. Não sei se a pequena luz que vejo no final é mesmo a saída. Mesmo assim, vamos em frente. Seja o que for.

Bons momentos são como o vapor de uma chaleira, que se dissipa no ar.