domingo, 12 de setembro de 2010

Julia - 4ª Parte

Amando.

O banheiro era pequeno, mas bem arrumado. Havia uma banheira, na qual foi adaptado um chuveiro. Nem sempre se tem paciência de encher a banheira para um banho, especialmente pela manhã, quando se está atrasado para o trabalho.
A água estava morna e agradável. Seus pensamentos estavam- lhe enlouquecendo. Jamais poderia imaginar essa sequência de acontecimentos e ele estava feliz.
A porta do banheiro abriu.
Julia entrou e foi para a banheira, colocou o indicador sobre os lábios dele em sinal de silêncio e o beijou. Foi um beijo apaixonado, faminto, doce e duradouro. Seus lábios estavam mornos, macios e suaves. As mãos de ambos acariciavam seus corpos avidamente. A pele macia de Julia tremia com a emoção do momento.
Eles se abaixaram na banheira; ele desligou o chuveiro e deixou que a torneira a enchesse.
Eles continuaram se abraçando, se aproximando mais, deixando que a intimidade de seus corpos completasse seus desejos.
Eles se amaram suavemente no começo e a elevação de suas excitações os levou a ondas de erupções amorosas culminando com um forte, contínuo e intenso orgasmo que durou por um bom tempo até que eles sucumbissem um nos braços do outro.
Ela se virou de costas e descansou sua cabeça nos ombros dele, que estavam para fora do nível da água e ficaram assim, entrelaçados por um bom tempo, sentindo o pulsar de seus corações.
Eles se secaram com as toalhas de banho e foram para a cama nus e acabaram adormecendo abraçados.
Já amanhecia quando William acordou. Julia ainda dormia. Levantou-se, tomou um banho rápido e começou a preparar o café. Quando Julia acordou, veio à cozinha beijou-o e disse que iria tomar um banho. Quando ela saiu do banheiro, um belo café da manhã a esperava. Conversaram e comeram alguns dos pães, queijos e geleia que tinham vindo na cesta e se fartaram, repondo as energias gastas.
Após o desjejum Julia o ajudou a limpar os utensílios usados e, com um olhar cúmplice, voltaram para a cama. Deitaram abraçados, se tocando, acariciando e poucas palavras trocadas. Eles não as precisavam. Só em se olharem deixavam que os sentimentos amorosos falassem por eles. Cochilaram por um tempo.
Mais tarde Julia deu a ideia de fazer o lanche de Thanksgiving ali mesmo onde estavam. Trouxeram a cesta para o quarto da frente e Julia retirou uma toalha de dentro dela e cobriu o tapete, preparando tudo como em um pick-nick. As plantas na mesinha perto da janela completavam o ambiente. Só faltava o céu aberto para se tornar real.
Comeram e beberam um delicioso vinho, o peru defumado estava delicioso e brincaram um com o outro. Tinham colocado o salmão defumado na geladeira, na noite anterior e decidiram deixá-lo para outra hora. Havia comida o suficiente para agora.
Existem alguns momentos tão especiais na vida que deveria existir alguma forma de congelá-los e guardá-los. São momentos excepcionais, de amor no seu melhor instante. Manter-se-ia este momento em uma caixinha a qual pudéssemos abrir e sentir a grandiosidade dos sentimentos ali guardados, a qualquer momento da vida. Era assim que eles se sentiam naquele instante.
Julia estava feliz, William estava feliz.
Eles formavam um lindo par.
No fundo da mente dele, no entanto, uma pergunta permanecia: “Por quanto tempo aquela felicidade duraria?” Pelo que sentiam agora, poderia ser para sempre.
O aquecimento central permitia que seus corpos nus se mantivessem aquecidos. Julia se levantou, foi à janela e abriu uma fresta. O ar frio do fim da tarde entrou se misturando ao ar quente do apartamento. Julia olhou para William, pegou a camiseta que ele vestira no dia anterior e num gesto de intimidade, vestiu-a e sentou-se à janela, com uma expressão facial que quem está com o pensamento distante. O que poderia ela estar pensando?


Continua...

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